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O DECISIVO PAPEL DO CEO NA ERA DA DISRUPÇÃO

Vivemos, sem dúvidas, numa realidade em que os negócios em geral estão sob o fogo cruzado das forças disruptivas que emergiram com o advento da internet e da revolução da tecnologia.

Steve Case, no livro A Terceira Onda da Internet – Como Reinventar os Negócios na Era Digital, caracteriza esta época como a terceira onda da internet, na qual empreendedores, por meio de startups, possuem o poder de utilizar a tecnologia para reinventar e revolucionar o ecossistema de negócios atualmente estabelecido. Não é à toa que vemos todos os dias gigantes de diferentes setores perdendo mercados e credibilidade, pois não se prepararam para as mudanças tecnológicas e continuaram traduzindo nas suas estratégias posições que foram bem-sucedidas no passado, mas que não garantem imunidade na luta com os novos rivais.

No mercado financeiro não é diferente. Vemos diariamente o surgimento de novas fintechs que exploram, com agilidade e simplicidade, o paquidermismo dos grandes bancos ou mesmo dos sistemas do cooperativismo financeiro.

E qual o papel dos líderes corporativos, especialmente os CEO, nessa questão? O que devem fazer para preparar suas empresas para atuar na arena da Era da Disrupção? Por preocupação e alguma curiosidade, tenho feito essa pergunta a alguns amigos que desempenham o cargo em algumas importantes instituições financeiras brasileiras e gostaria de dividir a seguir com vocês, para reflexão, alguns apontamentos que fiz a partir dessas conversas:

  • Cabe ao CEO sacudir a árvore e tirar as pessoas de suas zonas de conforto. Também, faz-se necessário construir uma cultura de mudança, espalhar a inquietação, estimular a criatividade e instalar clima propício para a inovação;
  • Acima de tudo, ser otimista diante do futuro e acreditar que a empresa terá uma posição competitiva no seu mercado de atuação. Valorizar suas competências e os talentos internos;
  • Desmistificar o erro. A punição ao erro desestimula a criatividade e a inovação. Na busca pelo novo, certamente haverá erros, e o importante é que o erro seja utilizado num processo de melhoria contínua e que não iniba a capacidade de ousar e “pensar fora da caixinha”. Nesse caso, devemos sempre lembrar o mote do Vale do Silício: “Falhe rápido”;
  • O talento deve ser valorizado com apoio financeiro e emocional, dando-lhe a possibilidade de pensar no futuro todo dia. Deve ter canal direto com as lideranças corporativas para expor ideias e não ter medo de assumir riscos;
  • O processo de tomada de decisão deve ser ágil, transparente e encorajador;
  • Derrubar os muros entre divisões e setores da empresa, de modo que o ato de colaborar e trabalhar em equipe seja natural entre os colaboradores da empresa;
  • O CEO precisa estar constantemente atento às transformações às quais seu mercado está sujeito. Precisa “estar na rua”, desenvolver parcerias, envolver-se com novos empreendedores e construir relacionamentos colaborativos que facilitem captar ideias emergentes com potencial disruptivo;
  • Lutar por recursos que garantam o desenvolvimento interno de novas tecnologias e a realização de investimentos em negócios promissores identificados nos mercados emergentes.

Por fim, registro as palavras de Michael Corbat, CEO do Citigroup, quando, em entrevista ao Valor Econômico, de 20/03/2017, foi perguntado sobre como o Citi tem se preparado para acompanhar a era digital na indústria bancária: “Temos feito pesados investimentos em todas as tecnologias e fazemos isso de três formas. Temos os nossos próprios laboratórios, responsáveis pela criação da implementação digital. Temos quatro desses, em Dublin, Cingapura, Tel Aviv e Vale do Silício. Também criamos diversas parcerias estratégicas com empresas de tecnologia para o desenvolvimento de produtos e serviços. Não acreditamos que temos a habilidade de inventar tudo sozinhos. E, em terceiro lugar, também compramos tecnologia criada por outros. É uma época muito excitante. Estamos no ponto de inflexão do próximo capítulo da indústria bancária. Os bancos poderão ser vistos e experimentados de uma forma muito diferente nos próximos anos. ”

É disso que estivemos falando até agora. Boa reflexão!

Kedson Macedo
Presidente da CONFEBRAS
Diretor Executivo da COOPERFORTE

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