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DICC 2023: Cooperativismo financeiro precisa se unir para melhorar qualidade de vida do país, diz Moacir Krambeck

As cooperativas de crédito estão cada dia mais a serviço das pessoas e das comunidades, ganhando espaço e relevância no Sistema Financeiro Nacional e levando soluções justas e competitivas a mais brasileiros. O Dia Internacional das Cooperativas de Crédito 2023, comemorado em 19 de outubro, é uma oportunidade de celebrar esses avanços e refletir sobre o futuro.

A data foi instituída pelo Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (Woccu) há 75 anos. No Brasil, o tema do DICC este ano é “Apoiando pessoas, impulsionando negócios e transformando comunidades”, um resumo da atuação do cooperativismo financeiro para os cooperados, os empreendimentos e a sociedade.

O presidente da Confebras, Moacir Krambeck, afirma que a data é motivo de comemoração de avanços recentes e momento de olhar para os cooperados e planejar metas para os próximos anos, como a de chegar a 30 milhões até o fim da década. Veja a entrevista completa:

No Dia Internacional das Cooperativas de Crédito 2023, qual balanço o senhor faz do setor cooperativista financeiro no último ano e o que esperar para o futuro? 

O cooperativismo tem crescido em ritmo bem maior que o restante do Sistema Financeiro Nacional. Isso ocorreu no último ano, nos anos anteriores, e acredito que vai continuar crescendo no mesmo ritmo. Hoje já somos um segmento representativo, mas ainda podemos avançar muito. Se olharmos um país de 203 milhões de brasileiros, temos 17,5 milhões de cooperados, o índice ainda é baixo. Mas a gente pretende avançar cada vez mais nos próximos anos para chegarmos a 30 milhões de cooperados próximo do ano de “2030”. Para isso é preciso uma série de ações, uma delas é a intercooperação. Todo o esforço tem que ser conjunto. O cooperativismo, pela própria característica, não vive sozinho. É preciso que todo o conjunto se una para desenvolver e desenvolver o país. Nós podemos, e devemos, contribuir para dar à população brasileira uma qualidade de vida melhor.

 

O tema do DICC deste ano é “Apoiando pessoas, impulsionando negócios e transformando comunidades”. Primeiramente, como as cooperativas de crédito têm atuado para apoiar as pessoas?

Antes de mais nada, o cooperativismo de crédito é feito de pessoas. Não há outra forma de realizá-lo, afinal são as pessoas que formam  cooperativas. E apoiá-las para que elas tenham melhor qualidade de vida faz parte do fundamento do cooperativismo. Esse trabalho tem que ser feito de forma comunitária, é preciso fazer com que as pessoas participem cada vez mais da cooperativa, afinal elas são ao mesmo tempo cooperadas e donas do negócio. Os resultados com a participação cada vez mais intensa dos cooperados é cada vez melhor e chegam a número cada vez maior de pessoas, é possível distribuir todos os benefícios do cooperativismo nas comunidades onde as cooperativas estão presentes. Nosso trabalho também é de educação, porque as pessoas precisam estar informadas para participar ativamente da riqueza que elas estão produzindo. Sempre digo que o capitalismo foi importantíssimo, criou muito do que nós temos, mas teve um grave problema, ele excluiu as pessoas, concentrou a riqueza em poucos e muitos outros que ficaram excluídos e não têm acesso a recursos básicos e importantes. A função do cooperativismo é trazer essas pessoas para junto da riqueza que elas ajudaram a produzir e distribuir essa riqueza de forma mais equitativa, mais igual para todo mundo.

Qual o papel das cooperativas para impulsionar negócios, sobretudo no caso dos pequenos empreendedores? 

A fonte de tudo no cooperativismo é o relacionamento. Quanto mais próxima a cooperativa estiver de seus cooperados, sejam pessoas físicas ou pessoas jurídicas, mais ela aumenta a participação dos associados e, assim, consegue conhecer e atender cada vez mais e melhor as suas necessidades. O cooperativismo é forte entre os pequenos empresários e os microempreendedores individuais porque dá a eles a opção de fazer seus investimentos, crescer, e também atende à necessidade de capital de giro que eles têm, impulsionando-os para que aumentem sua capacidade de geração de negócios e de riquezas. E esse trabalho é importantíssimo, temos que atrair mais pessoas jurídicas para o cooperativismo. A cooperativa tem a função de mostrar as vantagens que elas terão se operarem com a cooperativa, além de estar ajudando seus próprios colaboradores de forma indireta. É preciso destacar que a cooperativa vai sempre buscar soluções. Sempre digo que uma cooperativa não vende produtos, ela vende soluções e isso para os empreendedores é fundamental.

Como as cooperativas de crédito podem trabalhar para ajudar a transformar as comunidades? Qual deve ser a prioridade nessa atuação?

O interesse pela comunidade é o sétimo princípio do cooperativismo. Não nos preocupamos somente com os cooperados, mas com a comunidade inteira. Nosso papel é estimular essa comunidade para que ela consiga se desenvolver e gerar riqueza internamente, e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida de cada pessoa, de toda a população. Portanto, é importantíssimo que se façam ações com a comunidade e não só com os cooperados. No futuro espero que a população seja inteira de cooperados, mas isso é um processo, e a gente tem que fazer a nossa parte para chegarmos lá. Há muitas formas de fazer isso. Uma delas é o Dia C, em que reunimos as comunidades para mostrar o que é o cooperativismo. A grande maioria das pessoas, inclusive os próprios cooperados, não conhece o cooperativismo com a profundidade necessária. Por isso nós temos que fazer esse trabalho, para que eles entendam e espalhem que o cooperativismo é feito de solidariedade e gera desenvolvimento por onde passa.

Qual o papel da intercooperação nesses compromissos de apoiar pessoas, impulsionar negócios e transformar comunidades? 

A missão da intercooperação é talvez a mais importante para a sustentabilidade do cooperativismo do futuro. Porque não se pode conceber que tenhamos vários sistemas e eles sejam, literalmente, independentes, cada um fazendo a sua estrutura, porque isso pede um recurso alto. Como temos que atuar tanto no digital como no presencial, é importante que juntemos forças e ganhemos escala, e só a intercooperação vai nos levar a esse objetivo. Por exemplo, por que temos caixas eletrônicos do sistema A, do sistema B e do sistema C quando poderíamos ter uma rede para servir aos cooperados do país inteiro? Para que isso aconteça, é preciso superar interesses individuais. Estamos avançando bem em alguns temas, por meio do Ceco [Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito] e com a ajuda fundamental da Confebras, estamos avançando bem na intercooperação. Acredito que logo vamos ver na prática, e de forma cada vez mais intensa, ações voltadas a esse objetivo, de uma atuação conjunta e pautada na intercooperação,para que nós possamos ganhar sustentabilidade e reduzir custos para competir com o mercado financeiro tradicional. Com a plataforma Confebras UNE, um projeto coordenado pela Confebras, por exemplo, vamos unir as cooperativas independentes para que elas possam intercooperar com os sistemas e tenham acesso a produtos e serviços muito mais baratos e mais eficazes do que os que elas têm hoje operando com o sistema financeiro convencional. Na intercooperação ganham todos, principalmente os cooperados. Com isso, fortaleceremos  todo o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.

 



Vamos fazer do Confebras UNE a plataforma de soluções compartilhadas do cooperativismo financeiro. E a intercooperação será o centro de tudo, contribuindo diretamente para o crescimento das cooperativas independentes e de todo o SNCC. Saiba mais sobre o projeto e participe desse movimento pela intercooperação!

Acesse o site

 

Como a Confebras tem apoiado as cooperativas de crédito brasileiras a cumprir seu papel de apoiar pessoas, impulsionar negócios e transformar comunidades?  

A Confebras é fundamentalmente uma instituição destinada a contribuir com o desenvolvimento do cooperativismo financeiro, e principalmente a partir da à educação. O compartilhamento de conhecimento e experiências de modelos cooperativistas mundiais e nacionais é um exemplo. Lideranças do cooperativismo de crédito brasileiro tendo acesso a informações e exemplos, buscando sempre implantar melhorias que beneficiem os cooperados. E esse trabalho de informação e educação inclui mostrar isso in loco, não basta só falar, é preciso mostrar, Com o Intercâmbio Confebras,la Confebras mostra como funcionam esses modelos de referência e como os cooperativistas brasileiros podem trazer boas experiências para dentro das suas cooperativas. Hoje isso é feito com o olhar internacional, mas vamos começar também a promover visitas a cooperativas brasileiras, que têm muitas virtudes e expertises de gestão e governança para compartilhar, muitos cooperativistas ainda não conhecem.

 

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