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Senado reconhece padre Amstad como patrono do cooperativismo brasileiro

Em 27 de agosto, o Senado Federal aprovou o projeto de lei que concede ao padre Theodor Amstad o título de patrono do cooperativismo brasileiro. O texto segue, agora, para o último passo antes da aprovação final: a sanção presidencial. O PL nº 2.107/2019 é de relatoria do senador Lasier Martins (Podemos-RS) e originário da Câmara dos Deputados, onde foi aprovado primeiro (no início do ano) e cuja autoria é do deputado Giovani Cherini (PL-RS).

Padre Amstad nasceu em 1851, em Beckenried, na Suíça. Chegou no Brasil 34 anos depois, em 1885, e foi enviado ao Rio Grande do Sul para ajudar no atendimento às capelas do interior e às pessoas doentes que precisavam ser visitadas em casa. Com essa atribuição, ele passou a percorrer centenas de quilômetros no lombo de uma mula, a cumprir as visitas regulares aos membros da comunidade e também passou a conhecer de perto os seus problemas, na região de Nova Petrópolis. Constatou, então, que não era só de assistência espiritual que os moradores precisavam: a vida social e econômica também não estava indo bem, já que o sistema bancário ainda não chegava aos locais mais afastados.

Motivado por esse desafio, o padre passou a organizar os moradores em grupos e associações. Um deles, a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, fundada em 1902 em Nova Petrópolis (RS), viria a se tornar a primeira Cooperativa de Crédito da América Latina – ainda hoje em atividade, mas com o nome de Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha, ou, simplesmente, Sicredi Pioneira.

Profundo conhecedor e defensor dos princípios cooperativistas europeus, o padre Amstad inspirou-se no modelo alemão baseado na cooperação, implantado por Friedrich Wilhelm Raiffeisen naquele País.  No ano seguinte à implantação da Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, ele elaborou também as primeiras diretrizes para a constituição de cooperativas, antes mesmo de o governo brasileiro editar a primeira legislação sobre o assunto – o que ocorreria apenas em 1907.

Padre Amstad morreu em 1938, após coordenar a criação de 38 cooperativas no Rio Grande do Sul, além de sindicatos agrícolas, hospitais, asilos, escolas, revistas, paróquias e novas colônias.

Em reconhecimento a sua intensa entrega e atuação, o governo gaúcho já distinguiu a ele o título de patrono das Cooperativas do Rio Grande do Sul – por meio da Lei Estadual nº 11.995/2003. É o mesmo que se busca fazer agora – mas a nível nacional – com o projeto de lei que acaba de tramitar no Congresso.

 

Publicado em: 07/11/2019

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