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Mondragón: como é o intercâmbio na cidade espanhola que está imersa na atmosfera cooperativista

No Norte da Espanha, quase na divisa com a França, um pequeno município de quase 22 mil habitantes exala uma atmosfera diferente em seus ares. Por onde se anda e por onde se olha, só se encontra a semente do cooperativismo. O sistema está presente em tudo: dos bancos até asilos e instituições educativas. Foi essa riqueza que um grupo de cooperados vivenciou de perto na última semana, com o intercâmbio Confebras. Eles desembarcaram no Brasil no dia 17 de novembro, depois de uma intensa imersão pela experiência de Mondragón.

Por lá, conheceram o legado deixado pelo padre José María Arizmendiarrieta, que migrou a Mondragón para fortalecer a religiosidade do seu povo e ajudar a reerguer a cidade até então isolada pelo governo espanhol. Adepto dos ideais cooperativistas, o padre fundou a Mondragón Corporación, um dos 10 principais grupos econômicos da Espanha e o maior grupo cooperativo do mundo. Hoje, 70% da população da cidade trabalha para uma das 101 cooperativas do grupo.

Veja o que os participantes disseram sobre a viagem:

O intercâmbio de Mondragón é o segundo que realizo. O primeiro foi a Alemanha, em 2017. Em minha opinião, os dois se complementam: o sistema encontrado na Espanha possui mais variedade de cooperativas, enquanto o da Alemanha é mais conceitual, mais acadêmico. O cooperativismo internacional nos faz refletir sobre o nosso próprio sistema, especialmente devido a algumas características semelhantes, como a redução de custos e a necessidade de cooperação entre as instituições, ao invés da competição. A mensagem que levo é de que a união e a intercooperação são fatores indispensáveis de fortalecimento para o Cooperativismo de Crédito, tanto quanto o trabalho conjunto de estratégias coordenadas e a busca por redução de custos.

João Pompílio Neves Pólvora, conselheiro de Administração da Cooperforte

A Espanha foi a minha primeira experiência com intercâmbio e essa imersão me afetou positivamente sob vários aspectos. Meu desafio principal era extrair e aplicar as experiências já vencedoras do Sistema Mondragón, em especial os temas relacionados aos investimentos em tecnologia e na formação dos profissionais e as oportunidades relacionadas à intercooperação. A opção de alinhar os conhecimentos acadêmicos com visitas a cooperativas locais me ajudou nesse processo e me permitiu refletir acerca da relevância dos valores relacionados à transformação social, à intercooperação e à importância da educação para a sustentabilidade dos negócios. Assim, com as devidas adaptações à realidade do nosso País, essas variáveis podem, certamente, ser aplicadas e incorporadas à nossa cultura. E, claro, vir também a melhorar o sistema cooperativo brasileiro.

Roberto Luiz Benkenstein, membro suplente do Conselho Fiscal da Cooperforte

O sistema de Mondragón é um caso de sucesso especial que materializa os princípios centenários do cooperativismo. A MCC está atenta aos ventos da tecnologia e compreendeu que o mercado é disputado diariamente, vencendo a disputa as empresas que equacionarem bem uma oferta boa para o cliente e para o fornecedor. Com as devidas adaptações, será possível aplicar a sinergia vivida em Mondragón no Brasil, reaproveitando a prática vivenciada pelo Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) em algumas comunidades do Brasil. A imersão tem o poder de abrir os horizontes, favorecendo uma reflexão qualificada, observando as experiências exitosas, com olhar crítico e realista.

Camilo Rocha Filho, delegado seccional da Cooperforte pelo MA/PI, ao relatar sua primeira experiência de intercâmbio

 

 

Data da publicação: 19/11/2019

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