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A força feminina no cooperativismo de crédito

Elas são maioria nas cooperativas financeiras — seja como associada, seja como trabalhadoras — e estão fazendo a diferença neste setor, graças a seu profissionalismo, ética e compromisso com as pessoas.

Hoje, de cada 10 brasileiros associados a uma cooperativa de crédito, seis são mulheres. Além disso, de Norte a Sul do país, a maior parte da força de trabalho desse mercado (60,82%) também é feminina, com mais de 50,7 mil colaboradoras que merecem reconhecimento no Dia Internacional da Mulher e em todos os outros dias. Afinal, elas ajudam diariamente a levar inclusão financeira e produtos mais justos para milhões de pessoas.

Em um país em que as mulheres são maioria [51,1% da população, segundo o IBGE], e muitas delas são chefes de família, o cooperativismo de crédito tem um importante papel de inclusão, empregando e cuidando da saúde financeiras de milhares delas”, explica Telma Galletti, superintendente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras).Telma destaca que as profissionais mulheres são maioria em todas as regiões e atuam em praticamente todas as áreas das cooperativas centrais, das singulares e nos milhares de postos de atendimento do coop financeiro.

“A participação feminina na força de trabalho das coops de crédito vem aumentando de maneira consistente, acompanhando o crescimento global do setor. Em cinco anos, a quantidade de trabalhadoras saltou de  32.741 para 50.709 colaboradoras”, informa a superintendente, citando do BureauCoop — o mais completo painel de dados do cooperativismo financeiro.

Na Região Norte, as mulheres são 61,4% dos trabalhadores das coops de crédito, maior percentual do país, seguido pelas regiões Sul, com 61%; Sudeste e Centro-Oeste, com 60,7%; e Nordeste, que tem 58,7% de participação feminina na mão de obra das cooperativas. Em números absolutos, o Sul do país lidera o ranking, com 22.831 trabalhadoras.

Na análise por idade, os dados mostram que as mulheres são maioria em quase todas as faixas etárias de trabalhadores do cooperativismo de crédito brasileiro, com exceção apenas entre os mais velhos, a partir dos 50 anos. A maior parte delas está na faixa de 30 a 39 anos, que reúne 21.975 colaboradoras, 43% do total feminino do setor.


Por mais mulheres na liderança 

Apesar dos números significativos de presença feminina, o cooperativismo de crédito tem um desafio comum a toda a sociedade brasileira, o de combater a desigualdade entre homens e mulheres em posições de liderança. Se por um lado as mulheres são maioria da força de trabalho no setor, por outro ainda não têm representatividade proporcional nos cargos ligados à tomada de decisões nas coops.

De maneira geral, 20% dos cargos de liderança nas cooperativas de crédito são ocupados por mulheres, num total de 2.519 gestoras ou conselheiras. Quando a análise é feita por setores, nas diretorias executivas, o percentual de presença feminina é de 22%; nos conselhos de administração, de 14,9%; e nos conselhos fiscais a situação é um pouco melhor, com 25% de mulheres entre os representantes.

A diferença reflete uma realidade geral do país, em que 62,6% dos cargos gerenciais são ocupados por homens e 37,4% pelas mulheres, segundo números de 2019 do IBGE.

Aumentar a participação feminina em cargos estratégicos é importante não apenas por uma questão de representatividade, mas para tornar as organizações mais igualitárias e ampliar a visão do setor sobre demandas importantes para as mulheres, sejam elas trabalhadoras ou cooperadas”, defende Telma.


Mulheres no coop: uma longa histórica

As mulheres são protagonistas no cooperativismo e ao longo da história do movimento as coops impulsionaram a autonomia e o empoderamento feminino, seja por meio do trabalho, da promoção de uma economia mais justa e equilibrada e do compromisso com a melhora de vida da comunidade, que impacta diretamente a vida das mulheres.

Desde a criação do Movimento Cooperativista, em 1844, com a Sociedade Cooperativa Equitativa dos Pioneiros de Rochdale, no interior da Inglaterra, as mulheres tiveram voz e lugar. Em 1846, a tecelã Eliza Brierley entrou para a história como a primeira mulher a se associar como membro em uma cooperativa, num gesto revolucionário em uma época em que elas não tinham direitos legais nem civis e eram excluídas da participação econômica.

Eliza abriu portas para milhões de mulheres em todo o mundo que até hoje buscam nesse modelo de negócio oportunidades mais justas.


Em 2009, a inglesa Pauline Green foi a primeira mulher a presidir a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), entidade global do setor, que comandou até 2015. No continente americano, a representação regional da ACI é presidida pela uruguaia Graciela Fernández Quintas desde 2018.

 

 

Dia Internacional da Mulher

Celebrado em 8 de março pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1977, o Dia Internacional da Mulher teve origem no movimento operário e registra vários marcos importantes antes de seu reconhecimento formal.

Em 1910, durante a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a ativista alemã Clara Zetkin defendeu a criação de uma mobilização anual para destacar a defesa dos direitos femininos. No ano seguinte, um incêndio em uma fábrica de roupas em Nova York matou 146 pessoas, a maioria mulheres, e revelou as péssimas condições a que as trabalhadoras eram submetidas na época, chamando a atenção para as manifestações que já vinham ocorrendo.

Em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, trabalhadoras russas em greve saíram às ruas pedindo “pão e paz”, conquistaram direito a voto e marcaram o começo da Revolução Russa. A data era 8 de março, anos depois adotada oficialmente pela ONU como Dia Internacional da Mulher.

 

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