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A diversidade dentro do cooperativismo

“Diversidade não é a coisa certa a se fazer, é a coisa inteligente a se fazer.” Citando o ex-presidente americano Barack Obama, Grazi Mendes, head de diversidade, equidade e inclusão na ThoughtWorks abriu sua fala no painel sobre o tema no 14º Concred. Isso porque já não faltam pesquisas e dados sobre os significativos aumentos em engajamento, felicidade no trabalho e até produtividade e qualidade de entregas de equipes mais diversas. 

Diversidade é um tema que equilibra, de um lado, uma necessidade latente da sociedade de abrir espaço para os mais diversos profissionais dentro das organizações, e, do outro, um combustível para os resultados de negócios. Uma discussão que une o social e as organizações, trazendo benefícios para todos os envolvidos. 

Tem ou não tem tudo a ver com o cooperativismo?

Nosso modelo de negócios é e sempre será pelas pessoas, todas as pessoas. Por isso, é hora do coop mais uma vez dar o exemplo e aplicar, na prática, nossos valores de igualdade e equidade, liderando as discussões de diversidade nas cooperativas e em outros espaços do mercado e da sociedade!

Importância e números

Para o cooperativismo, o impacto social da inclusão de pessoas dos mais variados grupos minoritários ou marginalizados já é motivo para olhar com atenção para o assunto. E ainda tem mais: diversidade já é um tema tão central, que o Global Recruiting Trends 2018 apontou que ela é a tendência mais importante nas estratégias de recrutamento e seleção das organizações entrevistadas. Além disso, o tema também aparece como  estratégia para retenção de talentos no mundo inteiro! 

Quer mais? O Harvard Business Review publicou um estudo que mostrou que o engajamento de colaboradores é até 17% mais alto em instituições  preocupadas com diversidade e inclusão, e a McKinsey & Company reforçou esses dados trazendo um recorte por temática: as empresas com diversidade étnica e racial mostraram rendimentos de até 35% superiores à média de seus setores. Já as empresas com diversidade ou paridade de gênero superaram as médias em até 15%!

Diversidade e Inovação

Tudo isso e nem falamos do maior benefício da diversidade para as organizações: a inovação! Aqui, nada melhor que um exemplo simples para demonstrar a importância (e as oportunidades) de uma equipe diversa. 

Grazi apresentou em sua fala um dispenser automático de sabonete que ganhou as redes sociais por um motivo inusitado: o aparelho funciona perfeitamente para mãos de tonalidade clara, mas, quando a mão que tenta receber uma dose de sabão tem um tom mais escuro, o sensor da máquina não é capaz de reconhecer o comando, e não libera o produto. 

A ausência de testes com pessoas negras, e a provável falta de pessoas de cor nas equipes que projetaram o produto, geraram não só um produto que não funciona para 54% da população brasileira, mas uma crise de imagem de grandes proporções nas redes.

Aliada à inovação, a diversidade traz novas perspectivas, novas visões de mundo, novos problemas e, consequentemente, novas soluções. Que oportunidades sua cooperativa está perdendo sem ter tantas mulheres, negros, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, refugiados ou tantas outras pessoas diversas em suas equipes?

Na prática

A diversidade pede ações concretas. Segundo Grazi Mendes, “Não vai ter diversidade sem intencionalidade. Sem colocar metas, sem colocar projetos, sem colocar iniciativas”. Então, que tal conhecer alguns projetos de diversidade e inclusão do cooperativismo para te inspirar?

Sicredi Pioneira

A primeira cooperativa brasileira é também referência em inovação, e não podia deixar a D&I de lado! Heloisa Helena Lopes, a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente da cooperativa, está à frente do Comitê Mulher, um projeto criado para discutir o papel da mulher na sociedade, com foco em liderança feminina, sempre passando por temas como inclusão e desenvolvimento local. 

“As mulheres representam mais da metade da população nacional. São criativas, dedicadas, superam desafios e contribuem de diversas formas. Um balanceamento harmonioso entre os gêneros em corporações é benéfico, pois agrega potencialidades e gera melhores resultados do ponto de vista econômico e social”, diz Heloisa. 

CooperJohnson

A CooperJohnson realizava, até 2019, atendimento telefônico para sanar dúvidas e oferecer soluções aos seus cooperados. Com muita sensibilidade e um olho para a diversidade e inclusão, a cooperativa percebeu que este processo excluía parte de seu público: os deficientes auditivos. 

Através de uma tecnologia que conta com uma central de Libras com tradução simultânea em tempo real, a CooperJohnson não só criou um canal de comunicação eficaz com seus cooperados surdos, mas também passou a acompanhar métricas relacionadas aos atendimentos, como o tempo de ligação, os dados de cadastro do cooperado, os motivos que o levou a procurar o atendimento, dentre outros dados relevantes para o aprimoramento contínuo do atendimento. 

Sistema Ailos

Com 570 cargos de liderança distribuídos entre a central e suas 13 cooperativas singulares, o Sistema Ailos está comprometido com a equidade de gênero: em 2020 as mulheres já ocupavam mais de 45% das posições de destaque. Só naquele ano, foram 46 colaboradoras a mais em posições de chefia. Tudo com o apoio de um investimento considerável: em 2021, 12% do orçamento total da área de Gestão de Pessoas foi dedicado a iniciativas de D&I. 

E equidade não é o mesmo que igualdade: sabendo das questões únicas que envolvem o dia a dia de profissionais femininas, o Sistema promove também debates e encontros com temas que vão de defesa pessoal à saúde sexual feminina. 

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