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A intercooperação está em nosso DNA

Nascido há quase 200 anos, no interior da Inglaterra, o movimento cooperativista alcançou dimensão global. Porém, a base é a mesma: atender às necessidades sociais e econômicas das comunidades, visando o bem-estar de todos. E qual é um dos nossos grandes desafios nos dias de hoje? A intercooperação.

O próprio texto vigente sobre o sexto princípio, definido em 1995, durante o Congresso da Aliança Cooperativa Internacional em Manchester (Inglaterra), clareia bem a questão, ao destacar que “as cooperativas servem de forma mais fácil aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.” 

Muito praticada em países como Canadá, Noruega, Alemanha e Dinamarca, a intercooperação serve para somar experiências, aprendizados e operações entre diferentes segmentos, como o agrícola, de crédito, da educação, da saúde e dos transportes. Essa sinergia pode ser muito produtiva se levada a sério. Logo veremos o porquê. 

A OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) com suas ramificações estaduais, permite inúmeras oportunidades de intercooperação horizontal, por exemplo. Um caso clássico são as cooperativas rurais da entidade.  Por que não lançarmos um movimento para estimular negócios e parcerias entre diferentes instituições, dividindo custos, inclusive de publicidade, e tornando toda a cadeia mais competitiva? As próprias cooperativas de crédito, na outra ponta, estão aí para ajudar, oferecendo taxas justas e operações facilitadas. 

São questões que estão surgindo em nosso meio. No Cooperativismo de Crédito, já temos equipes só pensando nisso para acelerar a comunicação e as decisões.  Isso porque o SNCC – Sistema Nacional de Crédito Cooperativo constituiu um grupo estratégico e técnico visando unir forças de ordem operacional, a fim de ter maior eficiência e menores custos, beneficiando os cooperados. Todas as confederações, centrais de cooperativas de dois níveis e singulares não filiadas às centrais, fazem parte deste grupo. Um avanço e tanto. 

Evidentemente que os resultados não vão acontecer de uma hora para outra. Mas os primeiros passos foram dados. Vamos a um caso prático: se existe uma boa empresa de consórcios, ela poderá atender a todas as cooperativas, representando um enorme ganho de escala. Se ela tiver preços competitivos e precisar de investimentos, as cooperativas vão investir coletivamente no negócio. Isso vale para bandeiras dos cartões e para outros serviços também. 

A própria Confebras, pelas suas características, simboliza a prática da intercooperação. Atuando de forma vertical, horizontal e intersistêmica, procura contribuir com o cooperativismo, sem distinguir cooperativas, centrais e confederações, possibilitando o conhecimento e a participação de todos em seus programas de capacitação internacional, nas plataformas de educação, nos seus eventos como o Concred e nas informações segmentadas ao grande público como o BureauCoop, ferramenta aberta para consulta de dados tratados de todo o SNCC. 

O fato é que não podemos esquecer que pensar e agir com foco na melhor qualidade de vida e na felicidade de nossos semelhantes é o cerne do movimento cooperativista. Que, aliás, não nasceu apenas para um grupo de pessoas, mas para todos os grupos humanos. Ou seja, a intercooperação está em nosso DNA.  Por outro lado, não somos a fonte, mas sim a consequência de tudo o que praticamos. E aí temos uma certeza: recebemos de volta, com a mesma intensidade, tudo o que propagamos. Portanto, que seja a intercooperação a nossa grande bandeira, com frutos que certamente serão colhidos hoje e nas próximas gerações.  

 

Moacir Krambeck 

Presidente da Confebras, do Conselho de Administração da Central Ailos e coordenador do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito da OCB  

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