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#2 Coletânea Saudosista – Confebras 30 anos

Entrevistado: Sr. Marconi Albuquerque – Ex-Presidente da Confebras (1997 -2003)

Confebras: Na figura de Ex-presidente da Confebras, como o senhor enxerga as conquistas da Instituição no período da sua gestão e nosso cenário atual? Na sua opinião houve evolução nos últimos 10 anos?

Uma das condições que impus para poder assumir o comando da Confederação foi que ela tivesse uma sede e que essa sede fosse em Brasília – DF, onde acontecem as grandes decisões políticas do país e onde estão as principais entidades de representação nacional dos diversos segmentos da nossa sociedade. Até aquele momento a Confebras funcionava dentro da empresa de quem a presidia, sem patrimônio próprio e funcionários.

A minha gestão foi marcada por um período de muito trabalho, pois à época estávamos lutando para reerguer de forma estruturada e profissional o cooperativismo de crédito. Fiéis à vocação da Confebras, trabalhamos intensamente na difusão da doutrina e dos princípios cooperativistas, na defesa do modelo de cooperativas abertas e na criação do banco do sistema.

A histórica vitória que a Confebras obteve, em 2000, ao fazer o Banco Central desistir de fechar as cooperativas luzzatti, certamente foi a principal realização do meu período à frente da Confederação. Naquele momento lutávamos sozinhos já que as demais lideranças do segmento não enxergavam a importância estratégica de se manter em pé meia dúzia de cooperativas de livre admissão. Hoje esse modelo é uma realidade em nosso país.

Por diversas vezes tivemos de enfrentar adversários dentro do próprio sistema que desejavam o fim da Confederação. Resistimos bravamente, até porque nunca almejamos ocupar o lugar de nenhuma outra entidade, queríamos apenas desempenhar o nosso importante papel. A Confebras se fortaleceu em todos os sentidos, nos serviços que presta e na representatividade. A mais recente prova disso ocorreu no último CONCRED, realizado em outubro do ano passado, cujo o nível de organização, qualidade da programação e expressiva procura de interessados em participar do evento demonstraram, inequivocamente, o respeito e admiração de todos

Confebras: Qual o papel da Confebras na consolidação do CECO – Conselho Consultivo de Crédito da OCB?

Penso que a importância da participação da Confebras no CECO está diretamente relacionada à sua natureza enquanto entidade, não financeira, de representação do cooperativismo de crédito. Essa condição lhe permite discutir e se posicionar sobre os mais diferentes temas com total imparcialidade. O rodízio na presidência do Conselho, a cada dois anos, resultou de uma proposta da Confebras que defendia o compartilhamento das responsabilidades e a participação democrática e igualitária dos membros.

Confebras: Na sua opinião, integração dos Sistemas – Utopia ou possível realidade?

Nem utopia nem realidade, a integração plena dos sistemas é uma necessidade. Todos nós sabemos, e os que hoje dirigem os atuais sistemas Sicoob, Sicredi, Unicred, para citar apenas os maiores, também sabem que a duplicação ou a multiplicação de estruturas eleva o custo operacional que vai se refletir no encarecimento dos nossos produtos, sobretudo do crédito.

Claro que a integração é um processo com várias etapas. No entanto, o que mais preocupa é a sua lentidão. Enquanto essa plena integração não acontece, rios de dinheiro dos cooperados são gastos na manutenção estruturas caras e desnecessárias. Urge que o cooperativismo de crédito busque ser a vanguarda do sistema financeiro e não o seu reboque.

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